Ficha Técnica:
Fabricante: THQ
Lançamento: 2008
Idioma: Inglês
Midia: Dvd
Padão: Ntsc
Tamanho: 2.20 Gb
Tipo: .rar/.iso
Sistema Operacional: PlayStation 2
Sinopse/Descrição:
Destroy All Humans!\" foi um dos mais originais títulos \"inspirados\" em \"Grand Theft Auto\". Apesar da semelhança entre a estrutura de ambos, o título da produtora Pandemic mudou completamente de assunto: saíram os gângsteres e vieram os E.T.s - ou melhor, a caricatura que se fazia deles na década de 50, em meio aos escândalos de Roswell e aos impagáveis filmes sobre esses seres cabeçudos.
Só essa mudança trouxe frescor ao gênero, ainda mais por incorporar bastante humor, de preferência, bizarro. Agora, o anti-herói Crypto Sporidium 137 está de volta, numa seqüência que não traz muitas mudanças em relação ao antecessor. O jogo está mais solto devido à eliminação das partes de ação furtiva, privilegiando a ação, mas conta com os mesmos problemas técnicos do antecessor e um humor que ficou um pouco desgastado.
Nada de \"paz e amor\"
\"Destroy All Humans!\" possui a mesma mecânica do primeiro game, ou seja, é um jogo de ação que traz combates com armas e livre exploração de um mapa grande, com diversas missões para realizar e itens para pegar. Em jogos desse formato, os veículos exercem papel importante, mas aqui - um óvni, no caso - ele é menos requisitado. Porém, quando é necessário, a nave pode causar uma boa dose de destruição.
O game agora acontece em 1969, em plena era do \"paz e amor\". O subtítulo do game - \"Faça guerra, não faça amor\" - já começa a virar o conceito da época, em que os Estados Unidos viviam um inferno chamado Vietnã. Mas o game, alheio a isso, se limita a fazer piadas. Depois do primeiro jogo, o alienígena Crypto conseguiu dominar os humanos, fingindo ser o presidente dos EUA. Ele vivia feliz, redescobrindo os prazeres da carne, já que sua espécie havia abandonado há muito tempo a modalidade de reprodução a dois. Mas tudo desmorona quando sua nave espacial é atingida por um ataque nuclear da antiga União Soviética.
Assim começa mais uma guerra dos alienígenas contra os humanos. Na verdade, inicia lutando contra a raça humana - Crypto também terá pendengas com ingleses e japoneses, ou seja, mais oportunidades para desfilar humor sobre a cultura pop na terra da rainha, e ninjas -, mas, mais para frente, o conflito fica maior.
Vida de alienígena.
Em termos e controle, o título também é similar ao antecessor. Ou seja, típico de um game de aventura em 3D com tiro: um direcional controla o deslocamento e o outro, a visão. Há uma mira no centro, que indica o local da trajetória do tiro e o objeto de ações como a telecinese, ou seja, movimentar algo com a força do pensamento.
Você começa com a arma de choque, mas em pouco tempo ganhará a primeira arma nova do game, a Dislocator, um lançador de discos que faz os alvos passearem para lá e para cá - de vez em quando, até atropelam Crypto. Mas as que vêm mais para frente são mais destrutivas. Uma delas faz chover um meteorito, e pode destruir prédios inteiros. O outro é Gastro, uma pequena nave com um holograma que ataca quem chegar perto de Crypto, além de ser uma metralhadora verbal tão intensa quanto Chris Rock (lembra da voz da zebra Marty, da animação \"Madagascar\"?)
Mas o arsenal de guerra não compõe as únicas armas do alienígena. Ele ainda possui o poder da mente, que permite manusear objetos e até mesmo os oponentes. Você pode arremessá-los para longe ou jogar um barril explosivo onde haja inimigos; a utilização é bastante ampla. Além disso, como no antecessor, é possível tomar os corpos de outras pessoas.
Se fizer isso quando ninguém estiver vendo, o disfarce é perfeito. Mas, mesmo que tenham visto, é só fazer o comando \"free love\", que faz as testemunhas dançarem e esquecerem do assunto. Por uma limitação de programação, as lembranças só duram até se acesse uma nova quadra, quando, como um milagre, tudo passa despercebido. Sim, não faz o menor sentido, mas é algo que lhe será útil.
O truque de entrar no corpo alheio tem menos importância agora, já que seu uso é obrigatório apenas para conseguir a confiança de certas pessoas, essenciais para o andamento da missão. Ademais, quase tudo pode ser resolvido com força bruta. Quem gosta de ação, talvez brinde a mudança, mas é inegável que ficou mais repetitivo.
Acompanhamentos saborosos.
Os pensamentos - Crypto pode ler a mente das pessoas - não estão tão divertidos como antes, apesar de algumas vozes soarem como comédia. Novamente, é o nome de Chris Rock que vêm à cabeça. Na verdade, o humor não está concentrado num tema, como o antecessor, que abordava a visão que se tinha dos alienígenas na década de 50. Enfim, uma paródia. A era ainda entra com ingrediente para as piadas - principalmente os hippies -, mas também há referências a diversos filmes e ao próprio game. No geral, o humor perdeu força com essa abertura de leques, mas também é verdade que a produtora não estava inspirada como antes.
Se, por um lado, as missões principais - que na maioria do games são o \"filé\" - não empolgam, os objetivos paralelos são muito mais que encheção de lingüiça ou minigames. Uma dessas missões são as \"odd jobs\", tarefas em que basicamente se arruína a vida das pessoas, o que é sadicamente divertido. Existem de uma a sete em cada uma das cinco regiões do game - assim como no primeiro, não se trata de um único grande mapa, mas vários com tamanhos mais reduzidos.
Outro objetivo não obrigatório são as missões do deus alienígena Arkvoodle, que possui toda uma história paralela. Aqui, as tarefas são para convencer as pessoas em adotar a fé nesse deus de outra galáxia - uma \"divindade\" muito depravada, por sinal. As conversas e ações a que Crypto são submetidas também são outro ponto alto do humor do game, que, como dito, não é muito inspirado no geral.
Como um típico game de exploração, há uma série de itens para colecionar, como as células Furotech, que servem para melhorar as armas e outros apetrechos do anti-herói, como a sua mochila de jatos. Esse é o maior incentivo para fazer as missões opcionais, que também premiam com esses itens. Além disso, há outras peças que permitem liberar novas armas. Ainda dá para coletar cérebros ou até mesmo abduzir os terráqueos com a nave, permitindo mais melhorias.
Com amigos assim...
O jogo é relativamente fácil, pois, em muitas missões, morrer não significa nada. Crypto simplesmente retorna ao mesmo ponto, e com a munição completa. Talvez seja uma preocupação em não trazer frustrações, mas não é bem isso. Há algumas missões que, ao falhar, requerem que se comece tudo de novo, e algumas delas são os objetivos mais difíceis do game. Mais frustrante ainda é que um aliado é a principal causa para o insucesso da missão, pois nelas você deve proteger certos personagens, mas parecem dotados de um instinto suicida ou algum outro problema mental, pois eles insistem em cruzar a sua frente, tomando tiros como conseqüência. Isso é extremamente revoltante. Um equilíbrio melhor tornaria a experiência do game mais recompensadora.
Um recurso interessante é que um segundo jogador pode entrar a qualquer instante para participar dos combates. Assim, a tela se divide, mas os participantes não podem se separar muito um do outro, senão são transportados para perto, devido a uma limitação técnica. Jogar em dupla pode ser divertido, mas não chega a acrescentar um valor muito grande, por se tratar de uma função simples. Não é exatamente um multiplayer \"de verdade\".
Roubando a cena, também literalmente.
Em termos visuais, o game não impressiona. Não houve uma evolução perceptível entre o primeiro e o segundo título. Isso poderia ser aceitável, já que o período entre os lançamentos é curto, não fosse o fato de que os mesmos defeitos, alguns gritantes, permaneceram.
Não é nada agradável ver o cenário, principalmente as texturas, aparecerem de repente, de uma hora para outra. Além disso, objetos aparecem e somem com uma freqüência preocupante, principalmente quando se está pilotando a nave espacial. E há uma névoa que impede de ver objetos ao fundo, e quando o jogador se aproxima, os prédios aparecem do nada. Em ambos os consoles existem esses problemas, mas é especialmente mais grave no PlayStation 2. Ao menos, não há problemas com o fluxo de tela, bem suave.
Dentre os personagens, aparentemente, somente Crypto e seu chefe Pox mereceram atenção dos modeladores. Enquanto eles esbanjam formas bem-feitas e texturas detalhadas, todos os outros personagens parecem relegados a um segundo plano, com moldes genéricos. Incomoda o fato de alguns terem dois modelos, um simples e outro \"completo\", em seqüências de cenas contíguas, e isso arruína o senso de continuidade.
Sem dúvida, Crypto é a estrela do game. Suas características - como a do apetite sexual - e a flexão vocal, irascível e que deixa transparecer certa (ok, muita) insanidade, remetem a Jack Nicholson, de filmes \"malucos\" como o \"O Iluminado\". Diante desse estilo bronco e do humor sádico, poucos devem resistir.
Sendo assim, as dublagens são o ponto alto da parte sonora. Não é apenas o protagonista, mas todos os personagens são bem caracterizados, mesmo que todos se apóiem em referências, como é o caso de Crypto, que se inspira em Nicholson. A sonoplastia também segue o mesmo caminho, se apoiando em efeitos clássicos, mas que cai como uma luva em \"Destroy All Humans! \". A trilha musical, infelizmente, perdeu qualidade. O tema foi da ficção científica dos anos 50 para o som da década de 60, mas isso não resultou em músicas marcantes.
Destrua os humanos: a missão.
\"Destroy All Humans! \", basicamente, não mudou muito de um ano para cá. Se por um lado as piadas já não são tão engraçadas (mas há ótimos momentos), o progresso do game é mais solto, privilegiando a ação. O game é relativamente curto, com duração de cerca de oito horas, mas as boas missões alternativas, e a coleta de itens, aumentam bastante sua vida útil. Enfim, quem gostou do primeiro deve curtir também essa continuação. Para quem está chegando agora, é uma mostra de como transmutar com originalidade uma fórmula estabelecida, no caso, a de \"Grand Theft Auto\", com muita ação e humor.
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